TREM DA VIDA
Eu tenho medo:
Que o trem da minha vida Não pare na estação das flores Na pracinha do moço do realejo Na porta do meu grupo escolar No coreto em frente à matriz das quermesses No chafariz onde eu bebia água límpida logo cedinho Na velha casinha do inesquecível contador de histórias de “ Era uma vez” Eu tenho medo: Que o riacho que cortava a pequenina vila Morra de sede e de solidão Que a lua cheia se apaixone E se esqueça de clarear minha alma Eu tenho medo: Que a poesia simples e bela Não brote mais no coração do poeta Eu tenho medo: De não ouvir os acordes do violino E não contemplar as estrelas Que iluminavam os terreiros Nas noites de São João! Eu tenho medo... Regina Lúcia Pinto Rangel
Enviado por Regina Lúcia Pinto Rangel em 12/01/2017
Alterado em 13/01/2017 Copyright © 2017. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |